Nem tudo é perfeito

Começou a primavera, é uma estação linda, porém é a época que surgem uma variedade enorme de insetos, como sofro com estas criaturinhas. Se tiver uma única mosquita( ela que morde) em qualquer lugar, pode haver muitas pessoas é em mim que ela vem. Já passei cada sufoco com mordida de inseto, uma vez colhendo laranjas num sítio de uma amiga fui picada por pequenas formigas no ante-braço, acreditem fiquei igual ao Popye por vários dias, outra vez visitando uma cachoeira , mesmo passando repelente, uma infeliz mutuca me mordeu na orelha, único lugar que não passei o tal repelente, fiquei parecendo o dumbo ou seja meio dumbo, foi em uma orelha, ô lugarzinho ruim pra coçar, e quando fomos a tal praia do Capri na beira do mangue que tem um inseto invisível ( num vi um) o tal de maruí, que horror, nem mesmo repente elétrico acaba com o maldito, passei a noite morrendo de calor debaixo do lençol pra tentar dormir.É nem tudo é perfeito , chegou a estação das flores e dos malditos insetos.

Meu irmão

O caçula sempre é o protegido ou a vítima, meu irmão não fugiu a regra. Pra começar o apelido dele era" chiliquento", se por ventura a coisa não fosse do jeito que ele queria , sai de perto, que lá vem bomba,se estava desenhando e não tinha ficado o esperado, rasgava o desenho dele e de quem estivesse por perto, perfeccionista ao extremo, e de gosto muito extravagante, lembro de uma calça estampada com amendoins vestidos com fraque e cartolinha, ai meu Deus,que coisa horrorosa, mas vamos concordar que isso sim é personalidade, aprendeu a tocar violão sozinho e cantava músicas de sua autoria, eram momentos de muita risada e dor nos ouvidos, meu melhor parceiro de pescaria, saíamos de manhã bem cedinho, pescar muitos papa-terra, pra depois encontrar a turma na beira da praia. Meu mano, figurinha especial, hoje bem profissionalmente, e que que vai continuar a merce das mulheres ,pois tem duas filhas, uma delas também "chiliquenta". Beijão mano.

Cada um tem a sua história

No domingo meu marido assando "aquela costela", cervejinha gelada, sem horário pra cumprir, só aproveitar o dia lindo, chegou um grande amigo pra jogar uma conversa fora, mais cervejinha gelada, papo vai papo vem , ele lembrou quando levaram a filha para Porto Alegre, percorreram vários lugares.Olha filha aqui é a Redenção( Parque Farroupilha), este é o Brique da Redenção, aqui moramos no tempo de estudantes, depois de apresentarem vários lugares a pequena olhou pra eles e perguntou...e daí? Foi um jato de água fria, é verdade , e daí? Cada um constroi a sua história, e a da pequena esta apenas começando,se bem que este fato já faz parte da sua história.

Minha grande parceira

Minha irmã,minha grande parceira. Desde pequenas dividimos brinquedos, o quarto, as brincadeiras. Nas noites de tempestade juntávamos as camas e assim dividíamos o medo;ela é a segunda filha, mas sempre foi a nossa defensora, enfrentando qualquer um, lembro quando bateu com um"bolopé" na cabeça da vizinha que tinha empurrado meu irmão, ou quando colocávamos fita adesiva na campainha da vizinha chata que não entregava a bola que caia no pátio dela, colava a fita e saiamos correndo e rindo da nossa engenhoca. Quando troquei os dentes de leite , ela achou tão legal, tanto fez que perdeu os dentes precocemente e ficou bangela por mais tempo que o normal. Só somos iguais no signo, mas esta diferença sempre deu certo. É talentosa, divertida, palhaça, mãe e pai ao mesmo tempo, dona de um corpo atlético (sempre foi atleta), amiga pra qualquer hora. Nos falamos todos os finais de semana, pois mesmo distante continuamos dividindo as alegrias , as tristezas, os problemas. Minha irmã te amo muito.
Beijão

Meu Rio Grande

No Rio Grande do Sul, esta é a semana Farroupilha. Só quem conhece consegue entender o quanto este povo prima por suas raízes. O tradicionalismo paira no ar, nas escolas as crianças aprendem mais um pouco da sua cultura, no Parque Harmonia piquetes de diferentes locais, um grande encontro onde a gauchada, pilchada ou não, escutam suas musicas campeiras, proseiam na roda de chimarrão,esperando para saborear um belo churrasco de costela.
Se tenho saudades? Sim , tenho saudades, mas mesmo a distancia consigo sentir um orgulho tão forte do meu povo, que amorna a saudade e acalma o coração.
Santa Catarina me acolhe e é meu lar, mas a minha terra é o Rio Grande do Sul.
Meu Rio Grande de Porto Alegre
Meu Rio grande de Rio Grande
Meu Rio Grande do Cassino
Meu Rio Grande de Arambaré
MEU RIO GRANDE DO SUL

Lá vem a primavera

Para uma pessoa tão urbana como eu, ter um jardim é algo muito especial. Tudo florescendo, tudo tão lindo. Gosto de ficar observando os visitantes do meu jardim, canários, calafates e outras espécies de pássaros, sem contar com as borboletas verdadeiras obras de arte. Jamais imaginei que um dia cultivaria orquídeas, e uma floresceu, babei diante dela, tão perfeita, tão singela. Um pequeno galho de Buganville( acho que assim que se escreve) plantado por minha vizinha invadiu meu terreno, seja bem vinda, agora forma um arco completamente florido formando um buquê exuberante de flores de cor bordo. É o anuncio da primavera, melhor estação do ano. Alguém já parou para observar que a luz do sol nesta estação é tão suave e acolhedora.Tudo parece magia, não percebeu ainda? Então pare e observe , vai fazer um bem pra sua alma.

É, hoje é segunda.

Hoje quando levantei resolvi que segunda seria um dia como qualquer outro. Levantei cedinho preparei o café, levei o filho pro colégio, me preparei para ir a aula do curso de bolsas artesanais, até aí , tudo normal. Antes da aula fui pagar o IPVA que vencia hoje, começou a encrenca o computador do despachante não estava funcionando, até as criaturas resolverem tudo saí feito louca pra não chegar atrasada na aula. Chegando lá fiquei tão feliz que tinha vaga pra estacionar, levei uma encomenda de pão de mel faltava colar a etiqueta no pacote, tentei desgrudar da folha e não saia daí percebi que imprimi do lado errado do papel, tudo bem vai sem etiqueta mesmo, entrando na sala não vi uma viva alma, adivinha.... não tinha aula,tudo bem, tem bastante coisa pra fazer mesmo , vou pra casa , passei no mercado comprei o que faltava e deu uma vontade de comer um doce, comprei um Bib's, fazia tempo que não comia isto,entrei no carro e fui abrir o pacotinho, puxei não abriu,um pouco mais de força e.... aí que ódio ,sabe quando o pacotinho parte ao meio e com a força que fiz foi Bib's pra tudo quanto é lado, catei tudo, não comi o maldito e fui pra casa. Pensei já aconteceu tudo que tinha que acontecer, fui aquecer o feijão, estender a roupa, atender o telefone, separar o material pra levar pro marceneiro, buscar meu filho no colégio, quando volto pra casa , aquele cheiro de feijão queimado, esqueci no fogo, ainda bem que não incendiei a casa, mas não comemos feijão.
Não adianta segunda é segunda, sem comentários.

Versão branca do Scooby Doo

Nasci e cresci em um apartamento durante doze anos e meu sonho era ter um cachorro. Quando mudamos para uma casa tive pato, tartaruga, hamster e cachorros. Um deles muito especial o Steve , era um boxer albino que pegamos com uma semana de vida, pois a ninhada era muito grande e a cadela não dava conta de tantos filhotes. Tinha duas manchas ao redor dos olhos , única parte marron do corpo o resto era tudo branco, o rabo era torto e pequeno parecia um pompom, todo desengonçado, fazíamos revezamento pra dar mamadeira pra ele, um preparado de mucilon e leite , mais tarde emulsão Scott pra fortalecer os ossos e o cachorro ficou grande e forte e muito engraçado, quando escutava um foguete entrava pra baixo da cama e se entalava lá em baixo e só saia quando a gente puxava ele pra fora, adorava subir no colo e ali ficava tentando se equilibrar colocando a cabeça no ombro e se deixasse dormia nesta posição, depois que comia , dava cada arroto que fazia a gente passar vergonha, roncava tão alto quanto o meu pai e se estava carente, pegava um pano acomodava entre as patas e ficava mamando no trapinho por horas. Tão lindo, tão carinhoso, tão amigo pena que se foi tão cedo.

Arrastar camarão

Aprendi a pescar com meu pai, desde muito cedo, mas frutos do mar só mesmo pra fazer de isca ou comer. Certa vez em Rio Grande um amigo contava vantagens de como era fácil pegar camarão, era só arrastar a rede e lá tava o bicho. Meu pai ficou empolgado e pra não contrariar lá fomos nós. Camarão só se pega a noite e que noite , um vento(normal no Cassino), um frio, aquela areia chicoteando as canelas e pra aquecer levaram uma cachaça bem branquinha que deixava tonto só com o cheiro da danada. Primeira parte, estender a rede coca, própria para camarão, ela é como um funil, boca larga e fechada na ponta, entraram na água (acho que por volta de zero grau), meu marido de um lado o amigo do outro puxando a rede e meu pai iluminando com uma lamparina e mandando vê na cachaçinha, eu e minha amiga dentro do carro tentando enxergar alguma coisa só via a lamparina pra esquerda...pra direta, vai e vem até que a lamparina balançou pra e pra cá rapidamente e pufff, escuridão total, adivinha... meu pai caiu na água com lamparina e tudo, recolhemos o pai e o material . Fomos cantabilizar o arrasto: um prato fundo de "micro camarôes" e dois baldes cheios de siri que depois de limpos resultaram em outro prato fundo de carne de siri. Moral da história camarão só na peixaria.

Meu outro avô

Eu sei que hoje é segunda, mas hoje estava lembrando do meu avô paterno, o Vô Juvenal. Na verdade ele não era meu avô biológico, mas nem por isso deixou de nos tratar como seus netos. Ele colecionava muitas coisas , selos, moedas, caixinhas de fósforo, maços de cigarro cada coisa que aquele lugar da casa tinha era tanta quinquilharia que dava pra ficar um dia inteiro e não ver tudo. Ele e a minha avó moravam em Niteroi (grande Porto Alegre), era uma pequena propriedade com pomar, muitas flores, galinheiro, chiqueiro , tudo diferente da nossa casa. Não tinha banheiro, era a tal da casinha, que quando a gente ia fazer "qualquer coisa" tinha que fechar o nariz e se estapear com o mosqueiro que subia, quando a galinha dava o aviso de ter botado o ovo, saiamos em disparada pra ver quem pegava o ovo primeiro e ainda quente botava nos olhos, pois o vô dizia que era bom pra vista,imagina que nojo, sabendo da onde saiu aquele ovo. Colher morangos cada um com uma cestinha e o vô orientando como fazer pra não estragar a fruta, brincar de fazer unhas postiças com as flores, dava uma lambida na unha e colava a pétala, quando caia, colava de outra cor ( perua desde cedo) . Era tudo tão gostoso, que bom que pude desfrutar disto tudo na minha infância.